Brasil Exporta Carne Bovina a Preços Menores

Os preços pagos pela carne bovina no mercado internacional estão em queda, prejudicando o setor. Em março, o Brasil, maior exportador do produto, embarcou a tonelada ao exterior por US$ 4.158 contra US$ 4.356 em igual mês de 2023, segundo divulgou a Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo) nesta segunda-feira (15/04). O valor leva em conta carne processada e in natura.

De acordo com a Abrafrigo, no acumulado do primeiro trimestre, os preços médios foram de US$ 4.033, também abaixo dos US$ 4.520 observados nos três primeiros meses de 2023. A queda foi de 4,5% em março e de 10,7% no trimestre. No ano passado como um todo, as cotações médias da tonelada de carne bovina exportada pelo Brasil já tinham caído 23% em relação a 2022, de US$ 5.582 para US$ 4.276. Apesar disso, o Brasil vem batendo recordes nas vendas internacionais de carne bovina em volume.

Ainda segundo a Abrafrigo, a China foi a maior compradora da carne brasileira no primeiro trimestre, com 41,1% do total, seguida por Estados Unidos e por Emirados Árabes Unidos.

Fonte: Agência Anba – Anba

Café Especial: Ações na China podem Render US$ 6,7 Milhões ao Brasil

Analisando o crescimento do mercado cafeeiro ao longo dos últimos anos na China, que se tornou o sexto principal parceiro dos cafés do Brasil em 2023, a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA) e a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) incluíram o país entre os mercados-alvos do projeto setorial “Brazil. The Coffee Nation”. As ações mais recentes no gigante asiático ocorreram de 26 a 30 de março e renderam US$ 3,540 milhões em negócios imediatos e a projeção para outros US$ 3,175 milhões nos próximos 12 meses, podendo gerar um total de US$ 6,715 milhões.

Em 26 de março, através de ação conduzida pela BSCA, em parceria com o escritório da ApexBrasil e o Consulado Geral do Brasil em Xangai, empresários brasileiros participaram de uma rodada de negócios na Hongqiao Import Commodity Exhibition and Trade Center, uma plataforma de exposição permanente, com estrutura para “live streaming”, dedicado à venda de produtos no mercado de e-commerce, um centro de treinamento e um laboratório de cafés.

Com a presença de 49 representantes do mercado chinês, entre compradores, influencers e mídia especializada, a ação possibilitou 119 contatos comerciais, que renderam US$ 1 milhão em negócios imediatos e a perspectiva para a concretização de mais US$ 552 mil até março de 2024.

Os empresários brasileiros também marcaram presença, entre 27 e 30 de março, na Hotelex Shanghai 2024, uma das maiores feiras do setor de hotéis, restaurantes e cafeterias (HoReCa) da Ásia, que teve dois pavilhões exclusivos para café. Foram realizados mais 232 contatos comerciais no evento, que geraram US$ 2,540 milhões de imediato e a projeção para outros US$ 2,623 milhões ao longo dos próximos 12 meses.

“Nosso serviço de inteligência identificou, há alguns anos, o forte potencial da China como consumidora de café e incluímos o gigante asiático entre os mercados-alvos do ‘Brazil. The Coffee Nation’. Hoje, passamos a colher os frutos dessa acertada percepção e possibilitamos a abertura de um novo, e imenso mercado, aos associados da BSCA que integram nosso projeto com a ApexBrasil”, comenta Vinicius Estrela, diretor executivo da Associação.

Rodrigo Gedeon, General Manager do Escritório da ApexBrasil na Ásia e no Pacífico, comenta que o café vem conquistando um espaço cada vez maior entre os consumidores das gerações Y e Z na China. A expansão de cafeterias no país evidencia essa tendência: em 2023, o número de coffee shops na China cresceu impressionantes 58%, superando a marca de 49 mil pontos de venda e ultrapassando os EUA como o maior mercado de coffee shops no mundo.

Exportações para a China

Em 2023, a China subiu 14 posições no ranking dos principais destinos dos cafés brasileiros e fechou o ano como sexta colocada. Segundo dados do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), os chineses importaram 1,518 milhão de sacas de 60 kg do produto nacional, apresentando um substancial crescimento de 266% na comparação com 2022, quando adquiriu 414.844 sacas e ocupou a 20ª posição na tabela.

Fonte: Apex-Brasil

Exportação do Brasil aos Países Árabes Cresce 28%

As exportações do Brasil aos países árabes cresceram 28,7% em valores no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período de 2023, de acordo com dados do governo federal compilados pela Câmara de Comércio Árabe Brasileira. O aumento das compras de açúcar pela região teve peso preponderante no desempenho, mas os árabes também importaram em quantidades maiores outras commodities do Brasil, como minério de ferro, impactando o comércio.

Os brasileiros tiveram receita de US$ 5,67 bilhões nas vendas ao mercado árabe de janeiro a março contra US$ 4,41 bilhões em iguais meses do ano anterior. Entre os 15 principais produtos embarcados, os maiores aumentos se deram na venda de gado, alta de 147,7%, de açúcar, mais 105,4%, e de carne bovina, 84,4% maior. O minério foi o segundo produto da pauta, atrás do açúcar, com 43% de alta.

Apesar da predominância das commodities na pauta, o gerente da Câmara Árabe destaca outros setores que estão crescendo. É o caso de cosméticos. O Brasil teve receita de US$ 7 milhões nas exportações do segmento aos árabes no primeiro trimestre, com alta de 24% sobre iguais meses de 2023 e predominância dos produtos para cabelos. Ele afirma que outros itens, de perfumaria e higiene, também avançam na venda.

Importação de países árabes

Na importação brasileira de produtos de países árabes, houve queda de 15,5%. O valor somou US$ 2,33 bilhões de janeiro a março deste ano contra US$ 2,76 bilhões no primeiro trimestre de 2023. Houve recuo de 6,4% nas vendas árabes de combustíveis minerais ao Brasil, para US$ 1,5 bilhão, e de 41,7% nas de fertilizantes, que ficaram em US$ 423,7 milhões. O combustível é o primeiro item da pauta de vendas dos árabes ao Brasil e o fertilizante é o segundo. Nos dois casos, houve diminuição tanto nos valores como nos volumes importados.

Fonte: Agência Anba – Anba

Balança Comercial Registrou Superávit de US$ 2,87 Bi na Primeira Semana de Abril

Na 1ª semana de abril de 2024, a balança comercial registrou superávit de US$ 2,877 bilhões e corrente de comércio de US$ 12,495 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 7,686 bilhões e importações de US$ 4,809 bilhões. Nas exportações, comparadas as médias até a 1ª semana de abril/2024 (US$ 1.537 bi) com a de abril/2023 (US$ 1.505 bi), houve crescimento de 2,1%.

No ano, as exportações totalizam US$ 85,958 bilhões e as importações, US$ 64,003 bilhões, com saldo positivo de US$ 21,956 bilhões e corrente de comércio de US$ 149,961 bilhões. Esses, e outros resultados foram disponibilizados nesta segunda-feira (8/4), pela Secretaria de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Industria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

Comparativo Mensal

Em relação às importações houve queda de -9,6% na comparação entre as médias até a 1ª semana de abril/2024 (US$ 961,79 milhões) com a do mês de abril/2023 (US$ 1.06 bi).

Assim, até a 1ª semana de abril/2024, a média diária da corrente de comércio totalizou US$ 2.5 bi e o saldo, também por média diária, foi de US$ 575,44 milhões. Comparando-se este período com a média de abril/2023, houve queda de -2,7% na corrente de comércio.

Exportações por Setor e Produtos

No acumulado até a 1ª semana do mês de abril/2024, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: queda de US$ 79,7 milhões (-16,2%) em Agropecuária; crescimento de US$ 109,09 milhões (38,6%) em Indústria Extrativa e crescimento de US$ 8,42 milhões (1,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Importações por Setor e Produtos

No acumulado até a 1ª semana do mês de abril/2024, comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores pela média diária foi o seguinte: crescimento de US$ 3,26 milhões (16,9%) em Agropecuária; queda de US$ 53,13 milhões (-58,7%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 45,41 milhões (-4,8%) em produtos da Indústria de Transformação.

Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC

Exportações de Bens de Capital Foram Recorde em 2023

As exportações de bens de capital alcançaram valor recorde em 2023. Foram 18,2 bilhões, o que representou um aumento de 18,3% em relação ao ano anterior. No período, houve alta de 7% nos preços dos produtos e de 4,3% na quantidade exportada.

Os dados são da Nota Econômica nº 32, elaborada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI). O documento aponta ainda que as exportações da indústria de transformação registraram o segundo maior valor desde o início da série histórica do monitoramento, em 2001. Apesar do resultado positivo, houve queda da participação do setor produtivo no total das exportações brasileiras e foi identificada a necessidade de o Brasil diversificar sua pauta exportadora.

No ano passado, nove setores da indústria de transformação exportaram bens de capital. Contribuíram para o resultado positivo, principalmente, bens do setor de Máquinas e equipamentos e de Outros equipamentos de transporte, com influência de 45,8% e 33,1%.

Foram vendidos para fora do Brasil US$ 177,1 bilhões da indústria de transformação em 2023, valor que só fica atrás do alcançado em 2022, quando o país exportou US$ 181,4 bilhões em preços correntes.

As exportações dessa categoria mantiveram patamar alto em 2023 mesmo com a redução do valor total exportado na comparação com o ano anterior. Esse resultado foi parcialmente motivado pela acomodação inicial dos choques externos causados pela pandemia de Covid-19 e do conflito na Ucrânia, que levaram ao forte aumento nos preços dos produtos exportados e impulsionaram o recorde registrado em 2022. O resultado do setor no ano passado pode ser relacionado também à desaceleração da economia mundial e à redução de 1,7% na demanda interna por esses bens.

América Latina

As exportações brasileiras para países da América Latina, incluindo o bloco Mercosul, de bens de consumo duráveis e de capital somaram US$ 12,2 bilhões, representando mais da metade da pauta exportadora (50,9%) em 2023. A América Latina, os Estados Unidos e a União Europeia, em conjunto, responderam por 82,3% das exportações da indústria de transformação brasileiras desses bens de consumo.

Considerando as exportações da indústria de transformação de bens de consumo duráveis e de capital, os Estados Unidos continuam como principal destino das vendas externas desses bens, com US$ 5,9 bilhões em 2023, enquanto o Mercosul passou a ocupar a segunda posição ao ultrapassar a União Europeia. No recorte por valor agregado, as vendas externas para o bloco sul-americano somaram US$ 4,5 bilhões no ano passado. No mesmo período, as exportações dos bens para a China foram de apenas somente US$ 386,7 milhões.

A diversificação das exportações de bens da indústria de transformação por destinos, especialmente de bens de consumo duráveis e bens de capital, também é importante para reduzir a vulnerabilidade do fluxo comercial a impactos externos

Fonte: Confederação Nacional da Indústria – CNI

Habilitação de Sete Estabelecimentos Brasileiros para Exportação de Soro Fetal Bovino para a China

O governo brasileiro recebeu com satisfação a decisão do governo chinês, anunciada nesta segunda-feira (8), de habilitar sete frigoríficos nacionais a exportar soro fetal bovino para aquele mercado. Três dos estabelecimentos estão em Goiás, dois em São Paulo, um no Mato Grosso do Sul e um em Minas Gerais.

O soro fetal bovino é um componente fundamental para o cultivo de células em laboratório, contribuindo para avanços na pesquisa biomédica e na produção de vacinas e medicamentos.

Esta é a segunda grande habilitação pela China de estabelecimentos para exportação em menos de um mês. Em meados de março, foram concedidas 38 autorizações, sendo oito abatedouros de frango, 24 de bovinos, um estabelecimento de termoprocessamento de carne bovina e cinco entrepostos.

“Essas novas habilitações são frutos do bom relacionamento estabelecido com a República Popular da China desde o início desta gestão. Graças à liderança do presidente Lula e dos ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Mauro Vieira (Relações Exteriores), estamos testemunhando um grande avanço nas relações comerciais, com a autorização de uma ampla gama de estabelecimentos para exportar carne bovina e seus subprodutos para aquele país. Isso é motivo de grande entusiasmo para todos nós”, afirmou Roberto Perosa, secretário de Comércio e Relações Internacionais do Mapa.

As novas habilitações são resultado do trabalho conjunto entre o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e o Ministério das Relações Exteriores (MRE).

Fonte: Ministério da Agricultura e Pecuária – MAPA

Emirados Compram mais Carne de Frango do Brasil

Os Emirados Árabes Unidos foram o principal comprador de carne de frango do Brasil em março, com um aumento de 16,2% sobre o mesmo período do ano passado em um total de 40,7 mil toneladas. Os resultados do setor no período foram divulgados nesta sexta-feira (05/04), em nota da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que mostra também uma queda nas exportações.

Segundo os dados da ABPA, em março, o Brasil exportou um total de 418,1 mil toneladas, o maior volume nos três meses deste ano, porém em queda de 18,8% em comparação com as 514,6 mil toneladas registradas no ano passado. Em valores, foram exportados em março US$ 751,3 milhões, 23,4% menos que em março de 2023, que atingiu US$ 980,5 milhões.

Fonte: Agência Anba – Anba

Balança Comercial tem Superávit de US$19 Bi no Primeiro Trimestre

O comércio exterior brasileiro registrou superávit de US$ 19,08 bilhões no primeiro trimestre de 2024, crescimento de 22,2% em relação a igual período do ano passado (US$ 15,61), segundo dados da balança comercial divulgados nesta quinta-feira (4/4) pela Secretária de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Secex/MDIC).

O resultado é reflexo de exportações de US$ 78,27 bilhões no trimestre, contra Importações de US$ 59,19 bilhões, totalizando US$ 137,47 bilhões de corrente de comércio no período. Sobre o primeiro trimestre de 2023, as exportações cresceram 3,2% e a corrente foi 1,0% maior. Já as importações caíram 1,8% na comparação entre os trimestres.

No recorte por setores e produtos exportados, o destaque foi para a indústria extrativista, com crescimento US$ 3,22 bilhões (18,7%) no primeiro trimestre de 2024, em relação a 2023. Nas importações, destaque para a Agropecuária, com crescimento de US$ 0,07 bi (5,6%).

Março

Apesar do crescimento trimestral, o mês de março observou recuos em relação a março de 2023. As exportações somaram US$ 28 bilhões agora, contra US$ 32,83 bi no ano passado (queda de 14,8%).

Já as importações tiveram queda de 7,1%: US$ 20,5 bi em 2024 contra U$ 22,07 bi em 2023. Assim, a corrente de comércio em março/24 somou US$ 48,5 bi (-11,7%), e o superávit ficou em US$ 7,5 bi (-30%).

Segundo o diretor de Estatísticas e Estudos de Comércio Exterior, Herlon Brandão, a justificativa para esses resultados na exportação foi a base de comparação alta. Março de 2023 foi o recorde histórico de exportação mensal. E a importação também foi alta em março de 23, pois o mês contou com 3 dias úteis a mais em relação a março de 24.

Expectativa

A Secex também divulgou nesta quinta a segunda estimativa para a balança comercial em 2024. A nova previsão aponta um crescimento de 1,9% na corrente de comércio, para US$ 592 bilhões.

Também houve aumento de expectativa em relação às importações, cuja previsão agora é de US$ 259 bilhões (+7,6%). Já as expectativas para as exportações recuaram 2,1% e estão agora em US$ 333 bi.

A redução nas expectativas de exportações, com possível aumento de importações, diminuiu também a previsão de saldo comercial para este ano, que agora está em US$ 74 bilhões.

Ainda segundo o diretor, Herlon Brandão, a maior atividade econômica interna favorece o aumento da importação de bens de capital, que representam investimentos; insumos e bens intermediários, para a produção nacional; e bens de consumo, por conta do aumento da renda.

Por outro lado, a queda dos preços das mercadorias exportadas acelerou no mês de março de forma a contribuir para a perspectiva de diminuição do valor previsto para as vendas externas. Além disso, a demanda mundial apresenta lento crescimento e há menor disponibilidade interna de bens agrícolas para exportação.

Exportações por Setor e Produtos

Março/2024: comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores foi o seguinte: queda de US$ 1,87 bi (-20,8%) em Agropecuária; queda de US$ 2,01 bi (-23,9%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 0,95 bi (-6,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Janeiro/março 2024: No acumulado do ano atual, o desempenho dos setores foi: crescimento de US$ 3,22 bi (18,7%) em Indústria Extrativa; queda de US$ 0,68 bi (-4,0%) em Agropecuária e queda de US$ 0,07 bi (-0,2%) em produtos da Indústria de Transformação.

Importações por Setor e Produtos

Março/2024: Comparando com igual mês do ano anterior, o desempenho dos setores foi o seguinte: crescimento de US$ 0,04 bi (10,4%) em Agropecuária; queda de US$ 0,03 bi (-2,1%) em Indústria Extrativa e queda de US$1,56 bi (-7,8%) em produtos da Indústria de Transformação.

Janeiro/março 2024: No acumulado do ano atual, o desempenho dos setores foi: crescimento de US$ 0,07 bi (5,6%) em Agropecuária; queda de US$ 0,58 bi (-13,4%) em Indústria Extrativa e queda de US$ 0,53 bi (-1,0%) em produtos da Indústria de Transformação.

Fonte: Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços – MDIC

Brasil pode Ampliar Exportações de Superalimentos

No Brazil SuperFoods Summit, evento que reuniu exportadores e importadores do setor de feijões, pulses e colheitas especiais, ApexBrasil e IBRAFE celebraram a nova parceria de R$ 3,5 milhões para a internacionalização do setor

Até 2030, o consumo global de proteínas alternativas às carnes deve crescer substancialmente. Os feijões, as lentilhas, o grão-de-bico e o gergelim, conhecidos como “superalimentos” pela riqueza em nutrientes, serão cada vez mais protagonistas nas dietas mundo afora. Segundo a Bloomberg, o mercado desses produtos pode chegar a US$ 162 bilhões até o final da década.

Para explorar esse potencial, exportadores e importadores do setor reuniram-se em Brasília para a segunda edição do Brazil SuperFoods Summit, realizado pela Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e o Instituto Brasileiro de Feijão e Pulses IBRAFE.

O evento ocorreu nos dias 2 e 3 de abril, em Brasília, atraindo representantes de 12 países em torno de discussões sobre o futuro do Brasil como fornecedor desses superalimentos. Os presidentes da ApexBrasil, Jorge Viana, e do IBRAFE, Marcelo Lüders, aproveitaram a oportunidade para oficializar um novo convênio entre as entidades para promover a internacionalização do setor, com duração de 24 meses e recursos no valor de R$ 3,5 milhões (R$ 1,76 milhões aportados por cada entidade).

O Brasil é o único país que tem três safras de feijão por ano. De acordo com a FAO, em 2022 foi o segundo maior produtor de feijões secos do mundo, com 2,8 milhões de toneladas, atrás apenas da Índia. Mesmo assim, há forte expectativa de crescimento, tanto na produção como na exportação de excedentes, já que em 2023 as vendas internacionais foram de US$ 127 milhões, abaixo do recorde de US$ 212 milhões registrado em 2021.

“Quando a gente firma convênios, o comércio exterior cresce. Atualmente nós estamos 500 mil toneladas [na produção de feijões] atrás do que já estivemos, então há muito o que crescer. Precisamos explorar mais todo esse potencial, que é extraordinário”, destacou Viana.

O objetivo da parceria é expandir o mercado de exportação dos pulses e colheitas especiais brasileiras, desde os tradicionais feijões até o inovador gergelim. A meta do projeto para 2025 é que as empresas atendidas pelo projeto alcancem US$ 260 milhões em exportações do setor. Para alcançar esse objetivo, as iniciativas incluem feiras e missões, especialmente na Ásia, principal mercado consumidor desses produtos, e eventos no Brasil com compradores internacionais.

“Essa parceria tem permitido que nós tenhamos uma evolução, ao dar conhecimento ao mundo do que nós podemos produzir no Brasil. Temos hoje a oportunidade de reunir os exportadores, que fazem acontecer o projeto com a ApexBrasil. É um investimento importante, que está levando o marketing do feijão, o conhecimento do feijão para os quatro cantos do mundo”, comemorou Lüders.

Oportunidades globais

Bimal Kothar, chairman da associação de pulses e grãos da Índia, participou do Summit na busca por fornecedores brasileiros para suprir as demandas de consumo indianas. Segundo ele, a Índia é a maior consumidora de pulses do mundo, chegando a a 40 milhões de toneladas por ano em feijões, ervilhas, lentilhas e outras colheitas especiais. Em 2023, a importação total nesses produtos foi de cerca de 4 milhões de toneladas.

“Se os fazendeiros brasileiros produzirem mais pulses, terão mercado na Índia. O valor pode chegar a mais de US$ 1 bilhão, porque a Índia pode facilmente importar mais de 1,5 milhões de toneladas do Brasil. Já é uma grande quantidade e vai haver ainda mais oportunidades no futuro, porque o consumo está crescendo. O nível de renda na Índia está aumentando. Nós seremos a terceira maior economia do mundo até 2030, com uma população de 1,4 bilhão, então precisaremos de muito alimento”, explicou Kothar.

Cesar Bruns, corretor da Samba Foods, empresa do setor que exporta há mais de 16 anos, também esteve presente no evento para se conectar com compradores internacionais. Com um portfólio que engloba uma ampla variedade de pulses e colheitas especiais, como feijões, pipoca, gergelim e semente de girassol, a SambaFoods já exporta para 35 mercados, e tem expectativa de seguir abrindo mercados.

De acordo com Bruns, a estratégia da empresa é participar ativamente de feiras no exterior para fechar negócios com importadores do mundo todo. “Participo das principais feiras do mundo, com a ApexBrasil, o MAPA”, explicou, citando grandes eventos como Anuga, SIAL e Gulfood. “Esse ano, a expectativa é grande, porque viemos de dois, três anos de baixa, não só no Brasil, mas no mundo todo, e a expectativa é muito boa, nos feijões principalmente, e na produção de gergelim”, comemorou.

Fonte: Apex-Brasil

Ministério Revisa para Baixo Projeção de Superávit Comercial

A queda no preço de mercadorias, principalmente dos bens agropecuários, fez o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) revisar para baixo a projeção de superávit comercial (exportações menos importações) em 2024. A estimativa caiu de US$ 94,4 bilhões para US$ 73,5 bilhões.

A projeção é atualizada a cada três meses. Caso se confirme, o superávit será 25,7% menor que o saldo positivo de US$ 98,9 bilhões registrado em 2023, até agora o melhor resultado da história.

O saldo comercial deverá diminuir porque as exportações cairão, e as importações aumentarão em relação aos resultados de 2023. O governo projeta exportar US$ 332,6 bilhões em 2024, queda de 2,1% em relação aos US$ 339,7 bilhões exportados pelo país ano passado. Em contrapartida, as importações deverão atingir US$ 259,1 bilhões, avanço de 7,6% em relação aos US$ 240,8 bilhões comprados do exterior em 2023.

Em relação à projeção anterior, divulgada em janeiro, as exportações caíram US$ 15,6 bilhões. A previsão para as importações subiu US$ 5,3 bilhões. O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu a revisão para baixo do superávit comercial à queda no preço de algumas commodities (bens primários com cotação internacional), apesar do volume expressivo de embarques.

“Os preços das mercadorias estão em queda, principalmente os bens agrícolas”, disse Brandão. Apesar da queda da projeção, ele ressaltou que este será o segundo ano em que o Brasil registrará superávit comercial acima de US$ 70 bilhões.

Fonte: Agência Brasil